Patrimônio Cultural Brasileiro



 

Arqueologia Pré-Colonial








Os sambaquis são freqüentes nos litorais de todos os continentes, mas não se pode dizer que se tratava da mesma população, com a mesma unidade biológica e culutal. De fato, eram diversos grupos humanos que exploraram o mesmo ambiente, contando com a mesma matéria prima para a confecção de seu mobiliário, adaptado a necessidades semelhantes (Bartorelli e Isotta, 1965; Isotta, 1968). A literatura especializada em sambaquis converge para definição de diferentes sistemas que se construíram e reconstruíram como resposta a tensões e pressões multivariadas, ao longo de seis milênios (Piazza, 1974; Gaspar, 1991; Lima, 1999). Daí as configurações bastante distintas, em seus detalhes, dos vários sambaquis já estudados. A questão mais recente abordada pelas pesquisas trata do processo de formação destes sítios e a sua concepção como marco espacial (Gaspar e De Blassis, 1992; Afonso e De Blassis, 1994; Gaspar, 1995; Barbosa, 1999).





Diversos sambaquis foram localizados e catalogados na região da Baixada Santista. De acordo com Calixto (1902), existiam treze sambaquis nos atuais municípios de Guarujá e Bertioga; outros catorze se localizavam nos estuários ao norte e oeste da ilha de São Vicente. Porém apenas quatro foram escavados sistematicamente na Ilha de Santo Amaro, Guarujá e quatro em Cubatão, em terrenos da COSIPA. O mesmo vale para o litoral norte do Estado de São Paulo onde foram catalogados e estudados um grande número de sítios arqueológicos como o Tenório e o Mar Virado.